GERALINKS

domingo, 12 de fevereiro de 2017

O PONTO DE INTERSEÇÃO: A BUSCA DO MEIO TERMO


O radicalismo é a principal causa de distúrbios, conflitos e enfrentamentos que por vezes levam a desfechos trágicos.
Ser radical significa ser inflexível, não propenso a diálogos e entendimentos querendo impor o seu raciocínio, a sua forma de pensar sem dar espaço à composição mesmo sabendo que um pensamento diverso poderia não necessariamente contrapor, mas agregar uma nova ideia àquilo que pretende.

Não por acaso grandes líderes e estadistas que se destacaram na trajetória da civilização, sempre foram avessos à radicalização e sempre buscaram o consenso para que houvesse margem para o denominador comum.
A opinião é uma dádiva, é a força da palavra, da liberdade de expressão.
Trata-se no entanto de um ponto de vista com diz o próprio significado do termo. UM PONTO, não uma reta com sentido único e sem retorno, não um muro intransponível, mas algo com todos os predicados para ser um momento grandioso à medida que for exposta da forma correta, pelos motivos certos e com respeito aos demais, podendo sim tornar-se um poderoso elo de mais uma iniciativa propiciada pela inteligência universal.
 O extremo fatalmente trará uma dosagem maior do que seria o necessário, ainda que o ato em si tenha os mais nobres objetivos.
A RAZÃO pertence àquele que age e se expressa de forma firme, porém ponderada, no tom adequado, fazendo ouvir a sua posição, tornando-a relevante não pelo tom de voz ameaçador e acima do audível, mas pela sinceridade de propósitos, pela firmeza e convicção das palavras e argumentos que a embasaram.


Há que se buscar o MEIO TERMO que se traduz no equilíbrio das ações e reações, os debates serão sempre bem vindos desde que a exposição de ideias sob ângulos opostos não se transforme em embates, onde uma parte se presta apenas a “VENCER” a outra subjugando-a.
Busque o diálogo de forma persistente e respeitosa e o encontrará. O encontro do chamado PONTO DE INTERSEÇÃO (aquele ponto comum entre as partes), proporcionará a ambos as partes envolvidas o bem estar do entendimento e do sentimento geral de dever cumprido.
Se buscar o confronto e a hegemonia do pensamento único, terá no máximo a ilusão da vitória, pois que a partir de então terá contra si forças e pensamentos contrários, apenas aguardando um deslize ou um momento de hesitação para conseguir reverter o quadro.
As amizades se encontram, os inimigos se criam.
Haja de forma racional e terá sempre a razão a seu lado, mantenha esta sempre de forma respeitosa em relação ao semelhante, nunca expondo-a de forma alterada, mas usando de firmeza e sinceridade.
A razão se faz valer por meio de atitudes sensatas e não por demonstrações de força, não se tratando nunca de uma ideia fechada, mas da consciência de que por mais grandiosa que seja uma iniciativa sempre haverá espaço para o aperfeiçoamento e para agregar opiniões talvez com pontos divergentes, mas da mesma estirpe construtiva.
O meio termo vem desde os áureos tempos evitando confrontos violentos e promovendo a PAZ que por si sempre abrirá campo para novas ideias e para uma convivência sadia.


O DIÁLOGO sempre será a melhor alternativa, mas quando este não for possível por intransigência de uma das partes, que a parte que o buscou não abra mão do EQUILIBRIO e da sensatez, tomando as atitudes que se fizerem necessárias sempre embasada no que é justo para todos, jamais buscando a humilhação daquele que se fez por escolha própria seu opositor.
O EQUILIBRIO sempre deverá estar presente, seja na convivência do ser com seus pares, seja na sua relação consigo mesmo, com suas necessidades e com sua maneira de ser.
O ser humano possui os atributos do raciocínio e da inteligência para não ter de viver em bandos, nem usar a força para conquistar seu espaço em detrimento do outro.


A posse desses dois valorosos atributos serve para que convivam em harmonia, se conscientizando e aprendendo que todos tem seu espaço, que as grandes ideias não se batem, se encontram e formam uma síntese do que há de melhor.
Que os diferentes modos de ser de cada um são para ensinar e não confrontar, vez que ao olharmos nosso semelhante com os olhos da alma, enxergaremos a essência acima de qualquer aspecto físico ou divergente, e  as diferenças ao invés de nos afastar irão nos aproximar ainda mais uns dos outros já que poderemos trocar experiências, enxergar algo de nós naquelas diferenças, e assim descobrir um pouco de nós em cada irmão em essência.



  Fernando Vaz

Nenhum comentário:

Postar um comentário