“Ser ou não
ser eis a questão.”
A
célebre frase de Shakespeare nos remete a um dilema: o que devemos ser? Por que
ser de determinada forma? Qual a nossa razão de ser?
Em
uma análise mais aprofundada podemos observar que na frase a questão de ser é
colocada como escolha.
O
que nos leva à nova reflexão: quantas vezes há uma tentativa de terceiros ou de
nós mesmos em delimitar nossa capacidade de ser o que almejamos ou o que
gostaríamos?
O ser
humano tem em si mesmo uma gama de possibilidades, ou podemos dizer uma galeria
de personagens em um só que vão se moldando com o passar dos anos.
O
certo é que não somos o que éramos no passado, e não seremos futuramente o que
somos hoje.
O
chamado destino inevitável que nós, mesmo sem querer impomos para o nosso viver
nada mais é do que o aprisionamento a medos e receios que adquirimos em nossa
vivência.
Se
de fato não fazemos coisas que fazíamos há alguns anos, também é certo que ao
puxarmos pela memória veremos que fomos capazes de muitas coisas que achávamos que
nunca conseguiríamos, quer dizer somos todos sem sombra de dúvida uma “metamorfose ambulante”.
Assim
quando ouvir de alguém, ainda que seja um amigo bem intencionado que não nasceu
para tal coisa, que tal atividade não combina com você, pergunte a si mesmo:
Você nasceu pra que? O que combina com você? Será que temos um viver pronto e
acabado para nós desde que nascemos e temos de nos sujeitar ao que nos é
apresentado?
Lembre-se,
estamos em constante mutação, temos os mesmos atributos, a mesma capacidade de
raciocínio daqueles que vivem intensamente, dessa forma temos em nós o
personagem da ação e da mudança, assim como o personagem do comodismo e da
alienação.
Aquele
que incorporarmos seremos, lembrando que um personagem mesmo fictício é
construído por seu próprio criador com as suas capacidades e seus limites.
Assim
não existe o sonho para o qual não nascemos, existe o medo para o qual nos
rendemos.
Como
foi dito, mudamos e continuaremos mudando a cada instante, então porque não
canalizar este fator a nosso favor e sob o nosso comando?
Construa
o seu herói em si mesmo, usando o MELHOR que tiver na sua aparência, sendo o
MELHOR na sua maneira de ser, agindo sempre da MELHOR forma com aqueles mais próximos
e com os que venha a encontrar.
A
aglutinação de forças interiores tem de ser constante para aqueles que não
abrem mão do que almejam e do que pretendem ser.
Não
se conforme com o que não gosta em você, trata-se de uma característica em seu
personagem vital que não o ajuda, assim remodele a sua personalidade com novos
cenários, novas atividades e novos figurinos.
Não
se renda a seus medos, eles não lhe pertencem e muito menos o representam, são
fatores externos que lhes foram apresentados em algum momento do seu viver e
que sucumbirão a uma mudança de paradigmas.
Se
ocorrer esta construção “ser” será
sinônimo de “estar”, e “querer” será sinônimo de “buscar” ou “perseguir”.
Os
ícones que admiramos e que usamos como parâmetros nada mais são do que uma
parte de nós que desejamos despertar.
Como
no roteiro de um filme predestinado ao sucesso, use em seu viver as melhores
falas, as melhores ideias e as melhores imagens.
Não
se contente com o que não despertar o sentimento pleno, busque-o, nunca desista
de si mesmo.
Seja
quem você gosta, quem você admira e lembre-se: ao mesmo tempo que construímos o
Universo, o Universo nos constrói, e se optarmos sempre pelos elementos que nos
façam sentir plenos de nossa capacidade, saberemos que frustrações farão parte
do roteiro, mas nunca do seu final, pois este estará garantido ao triunfo,
porque assim determinamos e assim construímos.