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sábado, 21 de janeiro de 2017

A ARTE DE SER, OU CRIANDO SEU HERÓI A PARTIR DE SI MESMO


                   “Ser ou não ser eis a questão.”

                   A célebre frase de Shakespeare nos remete a um dilema: o que devemos ser? Por que ser de determinada forma? Qual a nossa razão de ser?

Em uma análise mais aprofundada podemos observar que na frase a questão de ser é colocada como escolha.

O que nos leva à nova reflexão: quantas vezes há uma tentativa de terceiros ou de nós mesmos em delimitar nossa capacidade de ser o que almejamos ou o que gostaríamos?

O ser humano tem em si mesmo uma gama de possibilidades, ou podemos dizer uma galeria de personagens em um só que vão se moldando com o passar dos anos.

O certo é que não somos o que éramos no passado, e não seremos futuramente o que somos hoje.



O chamado destino inevitável que nós, mesmo sem querer impomos para o nosso viver nada mais é do que o aprisionamento a medos e receios que adquirimos em nossa vivência.

Se de fato não fazemos coisas que fazíamos há alguns anos, também é certo que ao puxarmos pela memória veremos que fomos capazes de muitas coisas que achávamos que nunca conseguiríamos, quer dizer somos todos sem sombra de dúvida uma “metamorfose ambulante”.



Assim quando ouvir de alguém, ainda que seja um amigo bem intencionado que não nasceu para tal coisa, que tal atividade não combina com você, pergunte a si mesmo: Você nasceu pra que? O que combina com você? Será que temos um viver pronto e acabado para nós desde que nascemos e temos de nos sujeitar ao que nos é apresentado?

Lembre-se, estamos em constante mutação, temos os mesmos atributos, a mesma capacidade de raciocínio daqueles que vivem intensamente, dessa forma temos em nós o personagem da ação e da mudança, assim como o personagem do comodismo e da alienação.

Aquele que incorporarmos seremos, lembrando que um personagem mesmo fictício é construído por seu próprio criador com as suas capacidades e seus limites.

Assim não existe o sonho para o qual não nascemos, existe o medo para o qual nos rendemos.

Como foi dito, mudamos e continuaremos mudando a cada instante, então porque não canalizar este fator a nosso favor e sob o nosso comando?

Construa o seu herói em si mesmo, usando o MELHOR que tiver na sua aparência, sendo o MELHOR na sua maneira de ser, agindo sempre da MELHOR forma com aqueles mais próximos e com os que venha a encontrar.

A aglutinação de forças interiores tem de ser constante para aqueles que não abrem mão do que almejam e do que pretendem ser.

Não se conforme com o que não gosta em você, trata-se de uma característica em seu personagem vital que não o ajuda, assim remodele a sua personalidade com novos cenários, novas atividades e novos figurinos.

Não se renda a seus medos, eles não lhe pertencem e muito menos o representam, são fatores externos que lhes foram apresentados em algum momento do seu viver e que sucumbirão a uma mudança de paradigmas.

Se ocorrer esta construção “ser” será sinônimo de “estar”, e “querer” será sinônimo de “buscar” ou “perseguir”.

Os ícones que admiramos e que usamos como parâmetros nada mais são do que uma parte de nós que desejamos despertar.

Como no roteiro de um filme predestinado ao sucesso, use em seu viver as melhores falas, as melhores ideias e as melhores imagens.

Não se contente com o que não despertar o sentimento pleno, busque-o, nunca desista de si mesmo.


Seja quem você gosta, quem você admira e lembre-se: ao mesmo tempo que construímos o Universo, o Universo nos constrói, e se optarmos sempre pelos elementos que nos façam sentir plenos de nossa capacidade, saberemos que frustrações farão parte do roteiro, mas nunca do seu final, pois este estará garantido ao triunfo, porque assim determinamos e assim construímos.

sexta-feira, 13 de janeiro de 2017

A CORRENTE CRIATIVA


Vivemos em um mundo de maravilhas tecnológicas, fato impensado em um passado não tão distante podemos dizer que podemos ter o mundo literalmente na palma da mão.

Evidente que trata-se de um aperfeiçoamento de anos, mas cabe uma reflexão:

O que teria ocorrido se os responsáveis por tais maravilhas tivessem simplesmente se acomodado com os recursos da época e optado pelo básico como a maioria?

Como seria o mundo se muitos deles não tivessem decidido remar contra a maré mesmo com todas as teorias e opiniões contrárias?

Tais inovações são possíveis justamente em razão de indivíduos que não abrem mão de si mesmos e de seu potencial criativo.

Que não apenas veem, mas anteveem o resultado plenamente satisfatório de suas obras, trabalham, estudam e até respiram unicamente naquela direção.

Suas ideias chegarão às novas gerações estas darão continuidade ao seu desenvolvimento, dando sequência à eterna CORRENTE CRIATIVA.

Vale dizer, porém que não se trata de uma corrente restrita posto que todos estão capacitados a participar.

Surge a IDEIA! Palavra encontrada no dicionário sob vários significados dos quais destacamos três: representação mental de algo; intenção determinada; vontade certa.

Representação mental de algo: algo que nos foi apresentado de alguma forma, uma visão, um som, qualquer movimento externo é moldado em nossa mente de forma instantânea.

Alguns, provavelmente a maioria, simplesmente arquivarão essa moldagem mental e prosseguirão da forma mais segura, trivial na chamada zona de conforto.

Outros, um número reduzido, trabalharão essas moldagens e as transformarão em novas criações fortalecendo a corrente criativa.

Esse número de indivíduos reduzido, mas não restrito, são os que irão se destacar em algum momento e farão o mundo girar mais rápido.

Intenção determinada: a determinação em tornar real a sua ideia ou sua projeção mental, fechando questão naquilo que idealizaram não dando vazão a correntes contrárias.

Vontade certa: a certeza na força de sua vontade, e na razão maior que move a sua mente, persistindo na trilha do desenvolvimento de sua criação e sendo paciente em relação aos revezes por estar certo que o resultado surgirá e a sensação da conquista será maior que qualquer infortúnio.

Como se pode observar, trata-se de uma escolha: o que fazer com nossas criações mentais que ocorrem durante toda a nossa vida.

A corrente criativa sempre persistirá transformando o mundo a cada segundo, fazer parte dela ou não é e sempre será uma escolha de cada um.

A determinação, a persistência e a paciência são elementos fundamentais para aqueles que optarem por sair da zona de conforto e ingressar no time dos chamados visionários, estando conscientes de que sempre existirão forças contrárias tentando desacredita-los e faze-los desacreditar de seus sonhos.

Vale repetir, as grandes mudanças não teriam ocorrido não fosse a obstinação daqueles que optaram com todo vigor em materializar suas criações mentais, considerando que muitos desses que foram alçados à condição de gênios caso seguissem as opiniões e as circunstâncias que lhes foram apresentadas e desistissem de suas empreitadas, teriam todos os argumentos para tal decisão.

Um exemplo recente são os fundadores do nosso conhecido e inseparável companheiro GOOGLE - SERGEY BRIN e LARRY PAGE – que em 1998 fizeram contato com o Yahoo sugerindo uma fusão. O negócio não se concretizou tendo os donos do Yahoo sugerido que eles continuassem a trabalhar no seu ”projeto de doutorado” e voltassem a fazer contato mais tarde. Dez anos depois a marca GOOGLE era uma das mais valiosas do mundo.


Muitos não sabem que HENRY FORD foi à falência cinco vezes antes de ser bem sucedido e consolidar a Ford como uma das gigantes no ramo automóveis. 

Seus críticos diziam que NUNCA o homem substituiria o cavalo por máquinas. Certamente foi um dos que teve todos os motivos plenamente aceitáveis para desistir, mas seu sonho e sua determinação falaram mais alto.



Um nome que dispensa comentários: THOMAS EDISON registrou em sua vida mais de 1000 patentes, e pode-se afirmar sem exagero que suas invenções (a lâmpada elétrica incandescente, o gramofone, o cinescópio e outros) criaram um novo mundo, sendo a alavanca para muito dos milagres tecnológicos que disfrutamos nos tempos de hoje.




O que muitos desconhecem é que na escola, seus professores consideravam EDISON “burro demais” para aprender alguma coisa, e quando apresentava seus projetos havia sempre um “sábio” para dizer que não daria certo.


Entretanto convicto do que seus estudos lhe demonstravam e fiel ao que sua mente lhe proporcionava, manteve-se firme no propósito de levar até o fim suas realizações, o final da história todos conhecem.


 ALBERT EINSTEIN, antes de ser visto como o mais célebre cientista do século 20 foi descrito por seu professor como ”mentalmente lento, não sociável e sempre perdido em seus sonhos”. 


Aquele que mais tarde ganharia o  Prêmio Nobel de física em 1921 foi expulso da escola, recusado na Escola Politécnica de Zurique e considerado “caso perdido” por seus mestres.

Como se observa em relação aos nomes citados e outros que poderiam ser mencionados, todos teriam motivos plenamente justificáveis para desistir de seus projetos, ou pelo menos buscar um caminho menos conflituoso e mais aceitável pelos demais com uma dose bem menor de risco.

No entanto prevaleceram a vontade, a determinação e a consciência de que a vibração pujante em cada ideia que surgia em suas mentes, demonstravam que estas jamais os enganariam.

Não foram “deuses”, nem mesmo privilegiados, apenas fizeram a ESCOLHA: suas criações em primeiro lugar, ouvindo opiniões sim para aperfeiçoar seus projetos, jamais para determinar seu caminho.

A escolha pertence ao livre arbítrio que sempre terá de ser respeitado, mas vale lembrar que aqueles que criam e aperfeiçoam não reclamam da rotina, pois se renovam a cada instante, tem o tempo como aliado, pois este abre margem para novas experiências e não temem as mudanças, pois sabem que trarão novos recursos e elementos para suas criações mentais.

Assim faça suas escolhas lembrando que elas são suas e de mais ninguém, suas certezas lhe pertencem, e se escolher viver a partir de si mesmo e seu poder criador será mais um polo da mudança, talvez incompreendido por alguns, mas se buscar as respostas em suas experiências e nos desdobramentos mentais de seus ideais estará se qualificando para ser mais um a se firmar como agente da criação universal.







segunda-feira, 9 de janeiro de 2017

A ETERNA ESPERANÇA. SEBASTIANISMO: UMA LENDA E UMA LIÇÃO



Em nossa batalha diária muitas vezes nos vemos acuados, sem chão, uma única fatalidade põe a perder todo um sonho, um ideal tanto de um indivíduo como de um povo. 



Um fato histórico ocorrido no século XVI serve-nos de exemplo: trata-se da morte de D. Sebastião (rei de Portugal) – o desejado – tendo o menino-rei já nascido com o pesado fardo de liderar um novo período de conquistas gloriosas para seu país e impedir os planos dos espanhóis que tencionavam dominar Portugal. 



Tal expectativa sobre um recém-nascido e mais tarde sobre um jovem rei de apenas vinte e quatro anos se justificava após vitórias épicas de Portugal como a que se denominou “milagre de Ourique” em que teria ocorrido a intervenção divina, possibilitando a vitória dos portugueses mesmo contra tropas significativamente superiores, conforme breve relato:


"A inesperada vitória teria sido explicada pelo aparecimento de Cristo, antes da batalha, ao futuro rei de Portugal, sinalizando a intervenção sagrada no destino de gloria reservado aos portugueses."
( REFERÊNCIA: 1580 - 1600 - O Sonho da Salvação, Hermann,Jacqueline)


Ocorre que talvez influenciado pela grande expectativa em torno de si mesmo o menino-rei obstinou-se em realizar um grande feito, e ignorando os conselhos dos mais velhos aventurou-se na fatídica batalha de Alcácer Quibir, talvez esperando outro milagre divino que não ocorreu, tendo então sucumbido dando fim à esperança de seus súditos. 



Tal episódio fez com que Portugal imergi-se em um colapso político, posto que não tendo D. Sebastião se casado, não deixara nenhum herdeiro, ficando o reinado português nas mãos da Espanha. 



Muitas foram as versões para a morte do “menino-rei”, prevalecendo a de que este desaparecera misteriosamente durante a batalha e seu corpo jamais fora encontrado. 


Foi o suficiente para que grande parte do povo português utilizasse este fator, como motivação e resistência ao dramático período de sua história, mitificando o jovem monarca, e vivendo em função da esperança de que o “menino-rei” retornaria e livraria seu povo do domínio espanhol. 

Como dissemos no início deste texto, basta uma escolha errada, um erro de estratégia, para que caia por terra todo um ideal, todo um sonho de predomínio e continuidade de uma trajetória gloriosa de conquistas de um povo. 

O que está feito está feito, seguir é necessário, assim como é benéfico, buscar uma referência, uma motivação. 

Mas quando focamos prioritariamente na vinda do “libertador”, aquele que irá restabelecer nossa trajetória de sonhos e conquistas, estamos não só desviando nossa mente de uma imprescindível renovação de expectativas, como nos subestimando e desdenhando do nosso poder de renovação absoluta. 

Personagens da História que se tornaram referências o fizeram por seus próprios atos, e se tornaram referências em sua grande maioria porque foram ÚNICOS nos momentos cruciais do seu viver. 

Todos somos referências e todos somos referendados, vez que tudo que nos é apresentado pelo Universo em forma de intuições, idéias e sonhos passa a fazer parte de nós e nós a fazer parte deles. 

Quando aderimos a um sonho, mesmo em se tratando de sonho coletivo assumimos o dever e a responsabilidade de agir naquela direção. 

A expectativa exagerada criada ante a chegada do salvador normalmente gera a inércia, a referência tomada como estímulo nos dá ânimo, mas a ação firmada naquela trajetória e naquele exemplo nos levará adiante. 

O sebastianismo surgiu em uma época arcaica em que prevalecia a lei do mais forte, e aqueles que não dispunham de títulos ou poder buscavam esta sensação de fortaleza por meio da idolatria a quem detinha o poder e na esperança persistente da chegada do herói salvador. 

Prevalece ainda em muitos lugares esta auto subordinação a líderes tidos como infalíveis, abrindo espaço para aproveitadores em todas as áreas. 

Gradativamente no entanto o indivíduo está se descobrindo como principal arquiteto de sua trajetória e elemento fundamental na trajetória de seu povo. 

Quando cada um se conscientizar que não precisa esperar na inércia por coisa alguma, que a esperança é bem vinda mas em um sentimento maior, esperando e agindo para que nossas ações originárias de nossa consciência absoluta ampliem não só nossos horizontes, mas também os horizontes das nações a que pertencemos, o salvador será visto como uma lenda, e as verdadeiras referências da História de onde estiverem irão se rejubilar com o dever cumprido. 

Para encerrar este texto “A Última Nau” (do álbum Mensagnes de Fernando Pessoa) com música de André Luiz Oliveira e interpretação magistral de Zé Ramalho com os votos de uma semana de GRANDES CONQUISTAS PARA TODOS!

sexta-feira, 6 de janeiro de 2017

A BOLHA NEGATIVA, AS MÁS NOTÍCIAS E A RESPONSABILIDADE DE CADA UM

                        
                  Os noticiários dos primeiros dias de 2017 nos mostraram fatos que preferíamos não ter visto, tais como tragédias ocorridas em razão de violência desmedida, crimes, chacinas e atentados injustificados.

                É a natureza humana em sua forma mais primitiva testando a nossa tolerância, o que torna impossível que não haja uma reação ainda que em pensamento. Sobre tal reação vale a pena refletir.

                Quando ouvimos tais relatos temos o natural sentimento de repulsa, influenciando ainda que momentaneamente nossa maneira de ser e de enxergar o mundo e os nossos semelhantes.

                A pergunta é: até onde vai essa influência, e até onde ela nos faz chegar perto da natureza primitiva que falamos acima?

                A resposta está não só na nossa reação, mas também no encaminhamento que damos àquelas imagens e palavras absorvidas.

                Talvez muitos não saibam, mas a partir do momento em que estamos lendo, assistindo ou presenciando determinado acontecimento, já estamos fazendo parte dele.

                Não é exagero dizer que nossa forma de pensar e agir a partir daquele momento será fator determinante para o desdobramento daquele fato, vez que nossas palavras e atos também exercerão influência e estarão assim fortalecendo uma tendência que tanto poderá ajudar a prolongar aquela situação, como colaborar para que esta seja controlada de forma firme e equilibrada.

Então a questão é: como fazer a nossa parte?

É certo que a revolta é imediata ante determinados acontecimentos, mas não pode e nem deve ser permanente.

Há que haver um limite em relação a essa influência que falamos no início, e só nós podemos estabelecê-lo.

A insistência em comentar e recordar determinada notícia de maneira rancorosa transforma a compreensível indignação em sentimento de revanche.

Já que a notícia que ouvimos nos causou tanto mal estar que os responsáveis sejam severamente castigados!


Quem nos deu tamanha autoridade? Nosso entendimento precisa ir muito além de uma revanche.

Devemos vibrar de forma firme e segura para que tudo se esclareça da melhor forma possível – para o bem estar geral e não unicamente para nós – que os comprovados responsáveis sejam legalmente punidos se for o caso, mas para que outros não venham a cometer os mesmos erros e não para que os demais se regozijem com o seu castigo.

Só com esta forma de pensar conseguiremos sair da BOLHA NEGATIVA e voltar a respirar ares sadios, fazendo com que se restabeleça o mais rápido possível o bom ambiente para nossa caminhada do dia a dia, assim como estaremos cumprimento nossa responsabilidade de trabalhar e pensar em prol do bem.

Sabemos que nada é duradouro, que tudo muda o tempo todo, mas está em cada um de nós fazer perdurar o que de fato nos estimula, e redirecionar com toda a força de nossa vontade e nosso raciocínio aquilo que nos chocou ontem, nos despertou hoje e irá daqui pra frente servir de arquivo para que saibamos o que fazer e não fazer, nos aperfeiçoando e melhorando cada vez mais como indivíduo, como ser humano, como cidadão e como essência.

o saibam, mas a partir do momento em que estamos lendo, assistindo ou presenciando determinado acontecimento, ja de enxergar o