Mesmo
antes do início da civilização e em todas as eras que ocorreram na História
houve uma luta central, a disputa principal em todos os embates que ocorreram e
ocorrem na trajetória da humanidade.
A
LUTA DO BEM CONTRA O MAL. Muitos se arvoram em dizer “sou do bem”. Porém muitos também se esquecem de que essa luta é
eterna e constante, de todos contra todos, inclusive do ser contra si mesmo.
A
linha que separa essas duas frentes é tênue, sem contar que não existe região
intermediária, quem não estiver por um estará inapelavelmente por outro. Basta
um pensamento, uma intenção, um gesto para que se mude de lado.
Não
se tratam de duas legiões aquarteladas em locais específicos, trata-se da visão
e da reação de cada um em relação a tudo que o cerca.
O
bem e o mal estão presentes em cada um de nós.
Quando
se trata de uma ação, seja mental ou física, que venha a ser segmento de um princípio, de uma obrigação ou de um dever, e quando essa ação foi praticada com
alma leve sem qualquer resquício de arrependimento ou dúvida, então o bem terá
prevalecido.
Quando
se tratar de ato vindo de um impulso por inconformismo, discordância, sem que
esteja presente a busca por um resultado justo, mas unicamente um mísero
momento de sobreposição sob aquele que se contrapôs, ainda que a razão esteja
do seu lado, o mal falou mais alto.
O
mal não é contínuo, é constituído de momentos rançosos que se entrelaçam, onde
sentimentos negativos afloram para a alma e consequentemente para a ação
levando o ser a se afastar ainda que momentaneamente de elementos que o fazem
gostar de viver tais como: o amor, o bem estar, o companheirismo, a convivência
sadia com tudo e com todos, a participação com seu modo de ser e de agir na
construção de mundo melhor.
Nesses
momentos de descontrole ou desvio perante a sua própria essência, o ser se
fecha em si mesmo, só convergindo com aqueles que estejam naquele momento
também desviados ou desorientados, não se tratando de união em torno de algo
maior, mas simplesmente afinidade em relação aos pontos que o fazem renunciar a
si próprio e aos seus, e buscar aceitação ao trilhar um caminho que sabe não
será o correto.
Já
em relação ao bem, não se trata de momentos isolados mas de uma continuidade,
trata-se de deixar fluir estando em paz consigo mesmo, deixar passar o impulso
e substituí-lo pela análise e o raciocínio.
No
bem a ação ocorre de forma natural, tranquila e consciente, e mesmo nas decisões
mais difíceis apóia-se na firmeza e na sabedoria daqueles que sabem
que basta um instante de reflexão para que a sua consciência o conforte e faça com que aquele
mal estar passageiro seja logo substituído pela leveza da sensação do
cumprimento do dever e respeito a si mesmo.
O
BEM FLUI, O MAL CAPTURA.
O
bem é a fortaleza do ser em consonância com o Universo, o mal é a fraqueza do
mesmo em relação a circunstâncias formadas por ambientes edificados por seres e
pensamentos que abdicam da própria força se acomodando ou buscando uma vitória
ilusória.
Não
se trata de escolher o lado que quer ficar, mas sim o lado que quer se manter.
Na
época atual, a comodidade e o desejo de agradar a todos, de ser bem visto por
aqueles que formam opiniões leva o indivíduo muitas vezes a abrir mão de sua própria
maneira de ser em prol da aceitação de determinado grupo ou segmento.
Agindo
dessa maneira acaba por renunciar a si mesmo, e não faz parte do bem agir em
desacordo com o que alegra a alma e o faz vibrar.
Busque-se
sempre, não abra mão da prerrogativa de agir de acordo com o que acredita e com
os princípios que formaram a sua personalidade.
O
BEM NÃO SE ESCOLHE, O BEM SE VIVE. Ele estará presente sempre que altearmos
nosso pensamento acima dos pequenos percalços e o inteirarmos a nossa capacidade
de ser, criar e amar.
Fernando Vaz
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